Isenção e Posicionamento
Todo cidadão tem o direito de participar do processo político dentro da sociedade em que vive.
O que não pode ocorrer e não é direito, é o sujeito ao ser eleito se aproveitar do cargo e da posição que a sociedade o colocou para, através de influências, embolsar o dinheiro do povo, favorecendo apaniguados políticos e tornando os órgãos públicos um cabide de empregos para amigos e principalmente parentes, o que é mais imoral ainda.
Hoje, de forma geral, a classe política é muito mal vista pela população, fato a cada dia mais fortalecido pelo histórico recente dos desmandos e desvios de dinheiro público praticado nas admnistrações das cidades por políticos carreiristas e descompromissados com a ética e a moral.
Está na hora de começarmos a mudar isso pelo bem das gerações futuras.
O conceito de ética é muito complexo, depende da conduta de cada um e deve ser praticado de forma a validar um posicionamento íntegro dentro do meio político. Não se pode discursar integridade e praticar ilegalidades. Palavras são palavras e o que vale para a avaliação da conduta do político são os atos praticados no dia a dia, dentro da admnistração pública.
O povo não está tão cego assim e é preciso respeito aos direitos de cidadania. É preciso ter conduta ilibada para que na prática, todo seu discurso seja efetivamente verdadeiro. Mentiras não podem ser vistas como fato corriqueiro e patrimônio normal dos políticos.
Como em todo segmento, profissional ou social, existem os honestos e os corruptos. É preciso que seja feita uma avaliação histórica antes de tirar conclusões. Não podemos generalizar e tornar a corrupção algo banal e normal dentro da sociedade. Não podemos generalizar, pois se assim fosse, não encontraríamos esperanças para trabalhar em prol de uma sociedade justa onde todos tenham direitos, com o compromisso de cumprir suas obrigações.
É como o indivíduo que deixa de pagar um imposto. O conceito de mau uso do dinheiro público pelos políticos é tão amplamente difundido dentro da sociedade, que deixa o cidadão descrente. Ele acha que o dinheiro que chega às mãos dos governantes, através de impostos e taxas, será mal administrado e, desta forma, encontra justificativa para cometer um ato de sonegação. Exemplo a não ser seguido.
Porém há também aquele que age de má fé, que sonega por se achar mais esperto e intocável.
Se juntarmos dentro de uma figura política as atitudes de desviar dinheiro público e sonegar impostos dentro de suas finanças pessoais, aí chegaremos à escória da classe.
É preciso ser isento de conceitos préestabelecidos para que possamos ter um posicionamento seguro dentro da sociedade em que vivemos.
A política é dinâmica e não podemos nunca, deixar de acreditar na política.
A história da vida de cada cidadão, politicamente atuante ou não dentro da comunidade, depende da conduta daqueles que ocupam cargos eletivos e cargos públicos. Ainda que não queiramos nos deixar influenciar pela política, não há como não fazê-lo. O que podemos é nos isentarmos em termos de participação, mas nunca poderemos deixar de tomar um posicionamento, pois queira ou não, a evolução da humanidade e o desenvolvimento humano estará sempre passando e sendo influenciado por decisões políticas.
Cabe a cada um de nós enxergar e saber que não dá mais para deixar p’rá depois.
O futuro como queremos só acontecerá se construirmos um presente.
João Fernando Santini
Diretor Responsável / Tribuna de Ilhabela
Publicado: Ilhabela-SP
16 a 31 de outubro de 2003
Ano IV - nº 49
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