São Sebastião retoma aulas para 16 mil alunos
A Prefeitura de São Sebastião, por meio da Secretaria da Educação (SEDUC), reinicia nesta segunda-feira (6) as aulas nas escolas municipais para cerca de 16 mil estudantes. As unidades escolares serviram de abrigo para mais de 2 mil pessoas que ficaram desabrigadas após a catástrofe de 19 de fevereiro que deixou 64 pessoas mortas. Das 68 unidades, apenas uma escola e duas creches não estão liberadas.
As escolas foram reorganizadas durante o final de semana para receber os alunos após os desabrigados serem alocados em hotéis e pousadas, principalmente na Costa Sul. “Deixamos tudo pronto para receber os nossos alunos”, explicou a secretária de Educação Marta Braz.
As informações foram passadas na reunião de secretários municipais que integram a Comissão de Crise da Prefeitura de São Sebastião. De acordo com Marta Braz, as exceções são para a da EM Profª Nair Ribeiro de Almeida, de Juquehy, a creche Sonho de Criança, que funciona junto ao Instituto Verdescola e a EMEI de Maresias.
No caso da Nair Ribeiro, a unidade foi afetada em sua estrutura pelas fortes chuvas do dia 19 e vai precisar ser recuperada. Os cerca de 1.200 alunos dos Ensinos Fundamental 1 e 2 vão ter aulas on-line enquanto não puderem retornar.
No caso da Creche Sonho de Crianças, as 150 crianças devem retornar às atividades no dia 13 de março. Já Maresias, são mais de 150 crianças. A SEDUC busca um espaço para onde elas possam ser transferidas para que a unidade também possa ser reformada.
Em relação ao transporte escolar, nesse momento, os veículos vão passar em todos os hotéis e pousadas onde os alunos estão abrigados até que seja concluído o mapeamento para a nova rota.
Para garantir os 200 dias letivos obrigatórios previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a SEDUC reorganizou o calendário escolar do município, utilizando uma semana do recesso de julho agora no período de 27 de fevereiro a 3 de março para abrigar as famílias afetadas e reorganizar as escolas.
Segundo a secretária da Educação, Marta Braz, a volta às aulas é a oportunidade de ter um panorama melhor da situação dos estudantes e de suas famílias. “Com os alunos de volta às escolas, poderemos acolhê-los e identificar as suas necessidades, apoiando no que for necessário para passar por esse momento traumático que foi vivenciado, como também continuar garantindo o seu acesso à educação.”, afirmou a gestora.
Operação Desmonte
Na reunião do Comitê de Gerenciamento de Crise, que reúne representantes das Forças de Segurança que atuam no município, foi informado que atualmente são 923 desabrigados acolhidos em pousadas da Costa Sul e 152 na Colônia de Férias do Itaú, na região central.
Neste domingo, teve início a ‘Operação Desmonte’ na Vila Sahy, onde os servidores da Prefeitura trabalharam em duas casas condenadas por problemas estruturais após as fortes chuvas que assolaram o município durante o feriado de Carnaval. Já no Itatinga, na região central, as equipes já trabalharam em cinco imóveis no sábado. Faltam mais quatro condenados pelo pelos técnicos do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) que engloba o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Instituto de Geologia (IG).
Essas equipes também estão em bairros afetados pela calamidade pública, tirando dúvidas e fazendo novas vistorias com o objetivo identificar residências que não oferecem segurança adequada em ao menos nove áreas, incluindo Itatinga, Toque-Toque Pequeno, Toque-Toque Grande, Boiçucanga, Cambury, Juquehy, Vila Sahy, Paúba e Baleia Verde.
O trabalho também é realizado com a ajuda de uma equipe de 13 pessoas da Defesa Civil de Maceió (AL), que atuam no diagnóstico e mapeamento de riscos iminentes e potenciais. Além disso, estão emitindo registros de ocorrências para auxiliar moradores em pedidos de benefícios à prefeitura.
O desmonte das residências condenadas é considerado complexo e não há uma previsão para a sua conclusão, uma vez que, em muitos casos, o trabalho será feito de forma manual, contando com o apoio de funcionários da Secretaria de Serviços Públicos (SESEP). A ação também é acompanhada por equipe das secretarias de Urbanismo (SEURB) e de Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES).
Vítimas da tragédia
Até o momento, 64 óbitos foram confirmados em São Sebastião, sendo 41 adultos, incluindo 19 mulheres e 22 homens, além de 23 crianças, sendo 12 do sexo feminino e 11 do masculino. Com base no levantamento feito pela Prefeitura, 52 vítimas foram retiradas da Barra do Sahy, 10 de Juquehy, uma de Maresias e uma na Baleia.
Construção de novas moradias
A Prefeitura de São Sebastião já indicou ao Governo do Estado oito áreas para a construção de moradias às vítimas da calamidade. Segundo o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, a previsão é iniciar imediatamente a construção das casas definitivas e finalizá-las em aproximadamente 180 dias.
Os terrenos anunciados ficam nos bairros Topolândia (2), Maresias (3), Barequeçaba (2) e uma área na própria Vila Sahy – epicentro da tragédia. Estima-se a construção de aproximadamente 600 casas.
O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, informou que já foram iniciados os serviços de terraplenagem em três terrenos, os dois da Topolândia e um da Vila Sahy.
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